Se mil vezes eu nascer, mil vezes bragantina quero ser.
A orla de minha terra.
Com tanto amor por esta Bragança não poderia essa semana ser diferente minha postagem nesse veículo de informação. Nascida, criada e "engordada", como sempre digo, nesta cidade, sei o valor da brisa no rosto provinda do Rio Caeté, sei do sabor do pescado oriundo dessas águas e sei ainda mais que não sou a única a amar-te Bragança.
Do nascer ao pôr-do-sol és linda, porque és minha Bragança.
A canoa preguiçosa, na margem do Caeté, esperando outro dia de trabalho.
Das margens do teu rio, para teus cantos e encantos.
Ajuruteua és uma beleza a parte.
Vila dos pescadores- Ajuruteua.
Na religiosidade não poderia jamais esquecer de meu glorioso São Benedito. E abaixo meu primeiro texto feito com o melhor de mim, para minha Bragança.
Instrumentos das Comitivas de São Benedito.
Aqui minha declaração de amor á Bragança- Pará- Brasil!
Bragança 26 de dezembro
O dia amanheceu já vejo o sol raiando detrás do
mirante de teu padroeiro, espalhando o dourado solar que vem aquecer
bragantinos, muito me lembra obras de Van Gogh, com sua paixão pelo amarelo. As
curvas do teu rio copiam as das paraenses de cabelos ondulados imitadas pelas águas
que banham Ajuruteua.
A feira acorda junto com o quadro pintado pelo
capitalismo, onde barcos pesqueiros atracados no cais estão a subir e descer
nas ondas que vão e vem no esvaziamento e enchimento da maré, enquanto aguardam
o descarregamento do pescado. A orla úmida do sereno recebe os primeiros pés
que transitarão no dia que chega. No vai e vem dos transeuntes a imponência das imperiais palmeiras na tua orla, lembram-me guardiões de preciosidades infinitas,
inspirando-me segurança, testemunhando o movimento do Caeté, enquanto marujos
se preparam para a procissão.
Hoje o Santo percorrerá as ruas dessa pérola, onde
amor e fé misturam-se nesse mar de gente que o acompanham e o saúdam. Marujas e
suas fitas colorem esse momento aguardado o ano inteiro. Marujos de chapéus na
mão reverenciam São Benedito. Nesse instante o batimento cardíaco vai no
compasso do retumbão.
No crepúsculo rubro do entardecer aclamando o santo
que vem vindo, no céu que escurecerá, brilho dos foguetes alegram os olhos de
quem vê a obra formada, nessa efêmera contemplação, de quem te ama Bragança
querida.
Com todo o meu amor!
Daniela Torres Lela Orca